
O FUTURO
Papert salienta, no capítulo 8, algo que é extremamente importante relativamente ao avanço progressivo da tecnologia no mundo das crianças, pois "(...) enquanto o computador vai invadindo o universo infantil, a nossa preocupação deve dirigir-se no sentido de assegurar que, aquilo que há de bom na actividade de brincar, seja, pelo menos, preservado (e desejavelmente potenciado), à medida que o conceito de «brinquedo» inevitavelmente se altera" (pág. 249). De facto, o computador traz maravilhas e níveis de fantasia impresionantes para o mundo das crianças, mas não nos podemos esquecer, com este avanço todo da tecnologia, dos brinquedos tradicionais e de preservar sempre a actividade de brincar.
Além dos brinquedos tradicionais as crianças têm agora acesso, também, aos brinquedos digitais, brinquedos no computador formados por bits.
As crianças deveriam usar os computadores como componentes de jogos de construção:
1º - porque OFERECEM a possibilidade de construir modelos dotados de funções que se enquadram nos nossos aparelhos domésticos. Desta forma, esses objectos tornam-se conceptualmente transparentes e o conceito de programação é desmistificado.
2º - porque os jogos de construção SUSCITAM uma compreensão profunda e pessoal dos princípios fisiológicos, físicos e psicológicos.
3º - porque PROMOVEM uma ruptura com a ideia de que o computador é algo separado do mundo real constituído pelas coisas físicas.
Papert está convencido não apenas de que deveria haver uma alteração de prioridades, mas também, de que essa mudança surgirá inevitavelmente.
"(...)o reconhecimento das palavras que surgem no ecrã pode tornar-se um passo decisivo para uma busca interactiva e ser utilizado para controlar um processo que conduzirá a um fim desejado(...)"